por Robson Adriano
Jean d'Ormesson, um homem de letras, romancista, filósofo e cronista francês, era um autor prolífico que personificava perfeitamente a figura da mente. Filho de embaixador do Front Populaire e amigo de Léon Blum, o escritor estudou nos mais tradicionais colégios da França e sempre se destacou entre os melhores alunos.
Seguiu carreira de funcionário público sênior, tornou-se secretário geral e, então, presidente do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco. Em 1971, sua trajetória literária deslanchou com a publicação de La Gloire de l’Empire, que ganhou o grande prêmio do romance da Academia Francesa. Em seguida, foi diretor do jornal Le Figaro.
Quanto mais passavam-se os anos, mais Jean D'Ormesson tornava-se reconhecido pelos leitores franceses de todo o mundo. A prestigiada coleção de La Pléiade, da Academia Francesa, lhe abriu portas em 2015, aos 89 anos. Quatro de seus romances foram publicados em um único volume. Esta publicação desencadeou uma forte controvérsia em torno do escritor que, como sempre, soube liderar as questões e aproveitar o debate público para se fazer ouvir. D’Ormesson faleceu em 5 de dezembro de 2017, aos 92 anos, em casa, na comuna francesa Neuilly-sur-Seine.
O autor e a obra
Jean d'Ormesson transmitia em seus livros a arte de viver com elegância e neutralidade, além de sempre demonstrar a paixão que tinha pela literatura. Parte do trabalho desse escritor, que transita entre o clássico e o popular, está no livro Et toi mon coeur pourquoi bats-tu de forma sutil e delicada. Ele sabia transformar a leitura em um carrossel de prazeres e sonhos.
Em seus textos, é possível identificar o poder encantador de tornar a vida mais bela e afetar a existência humana. Jean sempre dizia que a literatura não era um dever, uma tarefa árdua ou uma imposição, mas deveria sempre nos transmitir o prazer intenso e profundo que buscamos, resultando em uma celebração da vida.
Et toi mon coeur pourquoi bats-tu não é mais uma antologia da poesia ou da literatura francesa, pois é o tipo de prosa e poema que conhecemos ou sabemos de cor, que aparece livre e solto portando um estilo límpido e moderno.
O escritor renuncia à ordem cronológica ou alfabética quanto à classificação por temas. Ele opta por apresentar em desordem, em grande parte, da forma como lhe vieram à mente e a coração, ou seja, são palavras aladas ao leitor. Ele tenta dar prazer e, talvez, um pouco de emoção.
Algumas publicações do escritor:
Un jour je m'en irai sans en avoir tout dit
Je dirai malgré tout que cette vie fut belle
Odeur du temps
Guide des égarés
Au revoir et merci
Comme un chant d'espérance
La vie ne suffit pas
Quelques citations de Jean D’Ormesson:
"Les hommes sont un peu comme Dieu: Tous c’est qu’il peuvent faire il les font. Ou ils les feront."
"La science, la morale se passent très bien de Dieu Ce sont les hommes qui ne s’en passent pas.
"Il y a des jours, des mois, des années interminables où il ne passe pas presque rien. Il y a des minutes et des secondes qui contiennent tout un monde."
Entrevista de Jean D’Ormesson - RTS - Radio Télévision Suisse: