por Robson Adriano
Um nome de destaque na literatura contemporânea, Patrick Modiano conquistou um número cada vez maior de leitores, graças à sensibilidade com que expulsa os fantasmas do passado e ilumina as memórias da infância. A publicação de um novo romance de Modiano é sempre repleta de muita expectativa e emoção.
Nascido em 1945 em Boulogne-Billancourt, Patrick Modiano cresceu com a mãe Louisa Colpeyn (atriz) e o pai Albert. Mas entre a ausência do pai e as viagens da mãe, Modiano se aproximava cada vez mais do irmão Rudy, que morreu de leucemia aos dez anos de idade. Esse episódio vai marcá-lo profundamente na trajetória como escritor.
Viveu grande parte de sua vida em colégios internos e, ao atingir a maioridade, rompeu com o pai. E mesmo não tão próximo da mãe, ela o proporcionou o privilégio de conhecer o grande escritor Raymond Queneau, criando, assim, laços profundos entre os dois.
Modiano costumava tomar café aos sábados na casa de Queneau, que o tinha como filho e o ajudou no lançamento do primeiro romance “Place de l’Étoile”, pela editora Gallimard.
A partir desse momento, Patrick Modiano não pára de escrever, estabelecendo-se como um mestre na paisagem literária francesa. Seu terceiro romance, Boulevards de ceinture, recebe o Grand Prix de roman da Academia Francesa. Quando seu sexto trabalho “Rue des boutiques obscures” foi publicado, recebeu o Prêmio Goncourt de Literatura pela obra completa.
Além dos romances, Patrick Modiano também escreveu roteiros para cinema, como Lacombe Lucien, com Louis Malle, e assinou um álbum de músicas com Hughes de Courson, no qual cantam Françoise Hardy e Régine.
Resumo do romance de Modiano “Encre Sympathique”
Encre Sympathique resume bem os temas de trabalho do escritor que se renova sem abandonar seus princípios. É acima de tudo um reflexo na memória, no “vazio” de nossa existência. Um lembrete de que talvez não seja necessário lembrar de tudo.
É também um belo exercício de estilo, no qual Modiano nos lembra que sempre permanecerá fiel a si mesmo.
“E entre todas essas páginas em branco e vazias, eu não conseguia tirar os olhos da frase que cada vez me surpreendia quando folheava a agenda: “ Se eu soubesse…”
Parecia uma voz quebrando o silêncio, alguém “ aquele que gostaria de lhe contar uma coisa, mas desistiu ou não teve tempo”...
A obra do autor está disponível na plataforma Culturethèque.
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